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4 de setembro de 2014

Blind Guardian na Aula de História?! Sim!





Já imaginaram que bacana seria poder aprender história através das músicas da sua Banda preferida? Certamente já pensamos sobre isso várias vezes, principalmente quando nossos professores, em algum momento, utilizavam músicas em suas aulas! Pois foi com o intuito de unir o útil ao agradável que o professor de História Alexandre Cavalcante (30) levou as obras primas dos Bardos para suas aulas.

Lecionando desde 2005, para adolescentes de 11 a 18 anos, Alexandre conheceu o Blind Guardian através de amigos, que já gostavam de Power Metal, em meados de 2002 / 2003. E de todas as bandas que vieram nesse pacote de descobertas, o BG se tornou de longe a que mais costuma escutar. Conversamos com ele para saber como surgiu a ideia e seus resultados.


BGB: Como surgiu a ideia de utilizar músicas do BG nas aulas de História?

AC: A ideia surgiu de tornar as aulas em algo além do GLS (giz, lousa e saliva). História já é um tanto maçante pelo conteúdo em si, então tento sempre fugir um pouco a regra, falar besteiras, curiosidades, para que a aula torne-se agradável e que alguma coisa fique na cabeça da molecada. Quando tenho tempo uso filmes, mas os filmes são pouco fiéis ao relato histórico e acabam tomando muitas aulas, pelo menos duas pra exibição e a terceira pra tirar da cabeça deles todo o romance, matança e as invenções mostradas em cena e trazer para o conteúdo em si. Músicas são melhores de serem trabalhadas, são no máximo uns 5 minutos para escutar, sobrando o restante da aula pra contextualizar com o conteúdo.
É comum em história, usar músicas sobre ditadura militar, também me lembro de escutar muito Rosa de Hiroshima quando era aluno e pensei, bem que poderia ter músicas sobre toda a história, músicas boas (rs), e o Metal veio com toda força em meus pensamentos. Já usei um clipe feito por fãs da Banda Sabaton (Primo Victoria), os alunos não curtiram muito o som, a grande maioria não gosta de Rock / Metal, mas ficaram intrigados com a letra e a relação com o Dia D. Esse ano então resolvi ousar e unir paixões, minhas claro, em sala...Idade Média e Blind Guardian.


BGB: Quais músicas você utiliza e qual é a relação delas com o conteúdo lecionado?

AC: No momento inicial eu uso The Script For My Requiem, primeiramente para situar os alunos na Idade Média, mostrar que é um período complicado devido aos Dogmas religiosos, assim como acredito que a música passe o sentimento de confusão do homem medieval e já dá uma pincelada sobre Cruzadas, que é o próximo conteúdo a vermos. Depois pretendo trabalhar Another Holy War como um trabalho, para eles analisarem a letra e fazerem as próprias ligações com as Cruzadas. 


BGB: Qual é a reação dos alunos a esse tipo de aula?

AC: A primeira reação deles é cara feia e os comentários são "Não dá pra entender nada do que eles falam", "Credo, música do demônio" ou até mesmo "Nossa, essa música não presta, vou te trazer outros gêneros pra você ver o que é música” (Blasfêmia!!), mas a medida que vou lendo a letra com eles, relacionando com o conteúdo e estimulando eles a pensarem nela como um poema e não como música, alguns dão o braço a torcer, outros até pedem pra escutar novamente, mas no geral eles preferem a música do que ficarmos só com livros.


BGB: Os alunos geralmente conhecem BG?

AC: Em toda a minha carreira, desde 2005 na educação, encontrei apenas uma fã de Blind, até ganhei um bottom dela, e pouquíssimos conhecedores.


BGB: Depois das aulas há algum interesse dos alunos pela Banda, ou algum deles já se tornou fã?

AC: Alguns pedem pra escutar outras músicas, outros tentam aprender a letra pra cantar junto e sempre tem os “puxa-sacos” determinados a serem os maiores fãs de Blind, mas só na minha aula (rs).


A Equipe BGB agradece ao Alexandre por seu tempo, e claro, por disseminar as músicas dos nossos Bardos por aí!
E vocês, o que achariam de aulas diferentes como essas? Nós, fãs, somos sempre suspeitos para falar, pois BG é perfeito em qualquer ocasião!!


Abraços,

Marilia Olher

“Look behind the Mirror, I’m Lost in the Twilight Hall...”