Bom, várias pessoas já me questionaram por nunca ter feito uma resenha de algum show do Blind Guardian que fui. Pois bem, depois de participar de 4 turnês, acho que chegou a hora! E fiz em grande estilo! Abri uma "Das Bard - Edição Especial" e mãos no teclado para tentar resumir o evento. Não apenas o show, mas tudo que passamos para fazer parte desse show. Então, se quiser continuar lendo caro bardo, reserve uns 15 minutos de seu tempo.
Todos que me conhecem sabem que, pra mim, os preparativos para um show do Blind Guardian começam com meses de antecedência, antes mesmo da confirmação das datas oficiais da turnê. Diria que começam já no lançamento do single que antecede o novo álbum. E, dessa vez não poderia ser diferente, apesar de algumas fases da logística já terem sido feitas na turnê de 2011. Então a turnê de 2012 ficou mais fácil de se organizar, mas também com menos tempo.
Desde 2002 acompanho os Bardos de Krefeld em pelo menos 1 show por turnê aqui no Brasil. Desde 2007 as tardes de fotos e autógrafos, que apesar de improvisadas e não oficiais, viraram rotina. E tudo muito bem planejado pelo fã cara de pau que vos escreve.
Enfim, com nossa equipe de fãs já montada e devidamente instruída, lá vamos nós para a “The Bard`s Night” de Curitiba, na manhã do dia 25/04/2012, que já estava desfalcada pois o Grave Digger anunciou no dia anterior que não tocaria devido a problemas no voo de volta, já que a companhia aérea Ibéria – diga-se de passagem é realmente péssima, experiência própria – entraria em greve na quinta-feira e eles não teriam como voltar a tempo para seus compromissos em estúdio. Isso deixou muitos fãs chateados. Tivemos vários imprevistos nesse dia, dentre eles: acidente na estrada atrasando a viagem; todo e qualquer sinal de telefonia móvel ou fixa e também de internet, em Curitiba, simplesmente não existiu de 12:30 até aproximadamente 18:00. Mas, deu tudo certo no final, fomos “pelo rumo”, como costumo dizer.
Usando telepatia, sexto sentido e intuições certeiras que só fãs de metal possuem, conseguimos o que planejamos: uma tarde de fotos e autógrafos não oficial e “forçada”. Enfim, fotos tiradas, autógrafos dados, Bardos presenteados e muito bate papo, é importante fazer alguns comentários:
- O novo baixista – que eu não fazia a menor idéia de quem era até essa tarde e ele teve de escrever o nome dele para entendermos – é realmente muito simpático! Não pode ver um fã mais tranquilo que vai até lá e puxa papo! O nome dele é Barend Courbois, "The Bear", como ele se auto intitula, mas ficou conhecido, pelo menos ali entre nós, como “o cara que já foi em 38 shows do Iron Maiden”.
Hansi continua muito simpático e humilde. Conseguimos falar com ele depois que ele voltou de um bar ali perto – é!, ele estava bebendo e vendo futebol! – e foi notável que ele tinha bebido algumas! Não mede esforços para conversar e atender aos pedidos dos fãs. E, pela experiência que tenho, está sempre atrasado, porém sempre de bom humor.
- André é um cara muito bacana, que fala muito pouco (diria quase nada). É fato que se estivéssemos em um grupo somente com fãs do sexo masculino ele até tiraria fotos e daria autógrafos, mas sem muita empolgação. Agora, quando há fãs do sexo frágil no meio, aí ele até sorri e faz um comentário ou outro! E friso que desde 2007 foi assim! Enfim, é o jeito dele, não vou dar adjetivos a isso.
- Frederik, como de costume, muito atencioso e não foge de fãs. Mas também fala pouco e raramente fica sozinho ou falando sozinho com fãs, procura a companhia de alguém da “crew” para se sentir mais à vontade.
- Marcus é o Bardo mais fechado de todos. Ele sim evita fãs, mas não sai correndo e não é grosseiro. E fala só o necessário, responde as perguntas sem demais comentários. Surpreendi-me por arrancar um “Oh! It´s very nice!” quando entreguei nossa bandeira nas mãos dele.
Enfim, chega de comentários dos bastidores e de bate papo e vamos para o que interessa: o show!
Chegamos no MasterHall era quase 20:00, encontramos com os retardatários na sequência e entramos na casa de show. E, para minha surpresa e imensa felicidade, nossa bandeira estava lá no palco, estendida, no tablado da bateria de Frederik!
Antes de começar o show ainda deu tempo de tomar algumas cervejas, conversar e fazer amigos e ver de relance um bardo ou outro que não conhecia pessoalmente.
E, finalmente, chega o momento tão esperado. A música do lugar para. As luzes se apagam. O público fica em silêncio e depois de uns 30 segundos ouvimos a introdução de “Sacred Worlds”. Todos gritam, berram “Guardian! Guardian”. Primeiro Frederik entra no palco e agita o público! Depois Marcus, aí André, e então Barend e o tecladista (que até o momento não sei o nome). E a música começa! Hansi entra no palco super animado já cantando e a plateia, apesar de em pouco número, não deixa a desejar em momento algum! Por várias vezes, no refrão, Hansi aponta o microfone para o público que canta ainda mais alto.
Após o final de “Sacred Worlds” há uma mistura de palmas e gritos “Guardian! Guardian” no MasterHall, mas Hansi não dá folga à ninguém e anuncia a próxima sem mais delongas, nada mais e nada menos que a pesadíssima “Born in a Mourning Hall”. E novamente o público se destaca cantando junto de ponta a ponta! Outros destaques ficam por conta de Marcus Siepen que mostra a sua “trueza” em fazer “backing vocals” enquanto toca sem errar absolutamente nada e também para a empolgação de Hansi Kursh que não poupou voz em rasgados e agudos. Mostrou isso, inclusive, após o término da música com um comentário rasgadíssimo “Absolutely amazing!!!” que chegou a arrepiar.
E chega a hora de um papo com a platéia misturado a comentários do que estava por vir, “Nightfall” começa a ser tocada e Hansi incentiva todos a baterem palmas. Seguindo no mesmo estilo vêm a animadíssima “Turn the Page” nos dizendo que não há nada a temer. Era um anúncio, nas entrelinhas, do que estava por vir. Na opinião desse fã obcecado, algo realmente surpreendente, inesperado!
Nunca imaginei que ouviria essa sequência ao vivo:
“A Voice in the Dark”, “Lost in the Twilight Hall”, “Valhalla” e
“Ride into Obsession”. Foi aí que eu tive a certeza que ficaria com dores horríveis no pescoço nos dias seguintes. Dito e feito!
O público foi à loucura! Músicas rapidíssimas executadas de forma épica. Foi notável a empolgação de toda a banda! Hansi não poupou voz em momento algum. Sem dúvidas foi o melhor desempenho dele que já presenciei.
Era notável o clima descontraído da banda toda. Hansi errou a letra em “A Voice in the Dark”, mas, como sempre, olhou para o André – que já estava rindo – e também riu. Ele é muito bem humorado! (prestem atenção nas entrevistas, shows, etc., os dois não podem se olhar por muito tempo que caem na gargalhada...). Senti como se “Lost in the Twilight Hall” e “Ride into Obsession” fossem tocadas exclusivamente pra mim, pois estavam na minha lista de “músicas que quero ouvir, mas tá difícil”. E foi durante elas que eu fiquei totalmente rouco.
E o que falar de “Valhalla”?! Não há comentários para descrever essa magnífica canção! Simplesmente perfeita! Ao final, como de costume, o público continuou cantando o refrão “Valhalla, why`ve you ever forgotten me” e batendo palmas com as mãos no alto, onde Frederik entrou mais tarde acompanhando na bateria e, na sequência, Hansi com sua poderosa voz. O mesmo brincou, no final, olhando para Marcus e dizendo que ele era o cara mal da banda e que, por causa disso, iria cantar apenas mais quatro vezes o refrão. Depois olhou para André e ele estava simplesmente gargalhando. Eu já disse para um amigo ou outro, mas repito aqui, devem existir muitas piadas internas no Blind Guardian para tanto riso. Enfim, foi o que fizeram, cantaram o refrão por mais quatro vezes e todos aplaudiram. Foi uma prova de resistência conseguir bater palmas com as mãos no alto sem parar por todo esse tempo.
Detalhe que Barend, o novo baixista, comprometeu-se em filmar, em todos os shows, o público cantando nesse momento para fazer, ao final da turnê, uma espécie de “compilação pós ‘Valhalla’”. Sou a prova de que no show de Curitiba ele filmou sim! Vamos esperar para ver!
Depois de “Ride into Obsession”, um “good bye” pra lá de mentiroso do deus do power metal e a Banda inteira saí do palco. Nem 1 minuto depois ouvimos “The Piper`S Calling”, era a chamada para a tão esperada “Somewhere Far Beyond” que fez muita gente que ainda tinha voz, perdê-la! É incrível como uma canção de vinte anos atrás continua fazendo o público simplesmente delirar! Confesso que para mim essa música foi muito esperada, pois eu estava no clima, terminando de ler “O Pistoleiro” de Stephen King, livro que inspirou a canção.
Nesse momento os Bardos decidiram por um descanso e veio a primeira balada da noite, “A Past and Future Secret”. Até eu descansei e estiquei os braços nesse momento, tomei um pouco de água – tá! Mentira, foi cerveja mesmo – e voltei a cantar antes ainda do primeiro refrão.
Violões sendo retirados do palco e guitarras a postos. Uma pausa estava por vir, por assim dizer, com a próxima canção, “Imaginations from the Other Side”, cantada de cabo a rabo pelo público.
Fim do show?! Apenas fim do primeiro ato. A “noite dos bardos” reservava muito mais! Um breve intervalo, a banda se retira e logo se ouve ao fundo as palavras de Morgoth em “War of Wrath” e, na sequência, “Into the Storm” marcando com estilo o início do segundo ato dessa noite.
Em seguida, a segunda balada da noite, “Lord of the Rings”. Tal música já é famosa entre o público curitibano que a ouviu nas últimas três passagens dos Bardos por aqui. Então fica a dica, se quiser ouvi-la ao vivo, vêm pra capital paranaense! E – não poderia ser diferente – todos pularam e cantaram em uníssono “slow down and I sail on the river, slow down and I walk to the hill!”. Ao final, sem muita delonga, Hansi anuncia a surpresa da noite para muitos, “And the Story Ends”, que arrancou muitos gritos esparsos e rostos realmente surpresos. Mais surpresos ainda no final da mesma, quando Hansi dá um “good bye Curitiba”, dessa vez muito bem interpretado. Muitos até acreditaram por um instante, uns até me olharam com cara de “e ai, acabou mesmo?!”. Confesso que se eu não tivesse visto antecipadamente o set list naquela tarde através de uma fonte que não posso mencionar, mas que agradeço muito, também ficaria preocupado. Afinal eles já haviam tocado o mesmo número de músicas de shows anteriores. E apenas respondendo a pergunta, não, não acabou aí!
Apesar da maioria das pessoas dividir esse show em duas partes, eu dividiria em três. O terceiro ato começando nesse momento, depois de um breve intervalo, com a majestosa “Wheel of Time” que fez o público cantar menos enquanto se encantava com a sincronia dos instrumentos em palco. Foi realmente uma experiência única ouvi-la ao vivo.
Novamente, guitarras saem, violões entram. Começa a dar um aperto no peito. Agora todos sabem que o fim está chegando. Hansi faz a chamada: “The Bard`s Song – In the Forest”. Ele apenas puxa a plateia “Now you all…” e o resto fica por nossa conta. É visível a emoção de alguns. Todos batem palmas ao final! Como um grande amigo me disse uma vez, no show de 2007, após essa mesma canção: “tá, agora todo mundo sai e paga de novo pra entrar que já valeu a pena!”. E é realmente essa a sensação depois de ouvi-la, missão completa! Mas calma, o fim está chegando, ainda não chegou. Guitarras entram novamente no palco e os riffs pesadíssimos de “The Bard`s Song – The Hobbit” se iniciam. Foi absolutamente incrível ver todos pulando e cantando “trolls in the dark, the dawn took them all, caught in the wood...” e depois se acalmarem, seguindo apenas com as mãos no alto e batendo palmas, puxados pelo próprio Hansi.
E, nesse momento, Hansi Kursh deixa de atuar e dá o “good night Curitiba” verdadeiro e convincente, seguido pela frase que ecoou no MasterHall: “Mirror Mirror on the wall!!!”. De onde arrumamos energia e voz para pular e cantar essa última canção eu não faço a menor idéia, mas conseguimos e com louvor! Um público relativamente pequeno que fez muito “barulho”! Se alguém saiu desse show conseguindo falar, foi o próprio Blind Guardian e as pessoas que trabalhavam no local. E talvez nem isso, pois no momento em que fui pegar cerveja dei o flagrante em um segurança cantando “A Past and Future Secret”. Enfim, final de show, de um show surpreendente, fantástico, a melhor atuação de Hansi Kursh que já vi ao vivo. Hora de voltar.
Voltamos para o hotel e, para nossa agradável surpresa, Hansi, Barend e algumas pessoas da “crew” estavam no saguão conversando com um ou outro fã. Foi nesse momento que entreguei as demais “Das Bard” para Hansi, pois a dele eu já havia entregado antes do show. Também foi aí que que conhecemos parte da história dos 38 shows do Iron Maiden que Barend esteve presente.
No outro dia pela manhã, mais surpresas. Descemos para tomar café, exaustos e sem voz e lá também estavam Marcus, Frederik e Hansi – sim, até os deuses do metal precisam descansar e comer apesar de eu ter uma teoria dizendo que eles sugam as energias dos fãs! Depois do café fui ajeitar as malas para voltar pra casa, então desci no saguão do hotel e decidi checar os e-mails, dar uma passada no facebook e, para minha surpresa, o Blind Guardian, em seu facebook oficial, havia compartilhado a foto de nossa bandeira e agradecido. Posso dizer que fiquei muito, mas muito feliz mesmo! Minutos antes de ir embora, em definitivo, encontrei Hansi novamente e o agradeci por estender nossa bandeira e por compartilhar a foto da mesma. Segundo ele, em 2 anos ou talvez 2 anos e meio eles estão de volta. E assim esperamos!
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Hora da crítica!
Aproveitando que estamos em clima de “todos criticam todos” com os eventos que aconteceram nas últimas duas semanas, vou tentar falar algo construtivo em seguida.
Tudo que conseguimos nessa turnê (tarde de fotos e autógrafos improvisada, bate papo com os Bardos, entrega de presentes, agradecer pessoalmente Hansi, sorteio de prêmios exclusivos, entre outras coisas citadas e não citadas nessa resenha) foi unicamente graças a meu próprio empenho, ao empenho dos colaboradores aqui do BGBrasil e ao esforço das pessoas que estavam conosco. E, não menos importante, claro, o apoio de todos que lêem e prestigiam nosso
Blog e
Facebook. E posso dizer que foram poucas pessoas, mas realmente dedicadas e fãs. E fizeram isso com fins totalmente não lucrativos – bem pelo contrário. Aí vêm uma pergunta à mente: com poucas pessoas conseguimos o que planejamos e muito bem feito. Já pensaram se tivéssemos o apoio ou parcerias com produtoras, casas de show, lojas de discos, etc. ? Poderíamos facilmente organizar tardes de autógrafos oficiais para 200, 300 pessoas, como ocorreu em 2002 e em 2007 (sim, isso já aconteceu!); poderíamos sortear ingressos e CDs em época de turnê com patrocínios; poderíamos sortear
“vouchers” para conhecer ou jantar com os Bardos, que também ocorreu em 2007 (sim, isso também já aconteceu!); e pensando alto, fazer até um
“Fan Club Meeting” como ocorreu em 2002, mas não aqui no Brasil.
Enfim, quem sabe em uma próxima turnê.... :) Finalizo esse texto dizendo que estou realmente muito feliz e agradeço o empenho de todos! E peço a vocês que continuem lendo, acompanhando, curtindo e divulgando nossas páginas que aos poucos estamos crescendo e, como já dito algumas linhas acima, quem sabe em uma próxima turnê não tenhamos algumas surpresas para todos.
Fiquem bem caros bardos!!!
Set List:
Primeiro Ato
1- Sacred Worlds
2- Born in a Mourning Hall
3- Nightfall
4- Turn the Page
5- A Voice in the Dark
6- Lost in the Twilight Hall
7- Valhalla
8- Ride into Obsession
9- The Piper's Calling
10- Somewhere Far Beyond
11- A Past and Future Secret
12- Imaginations from the Other Side
Segundo Ato
13- War of Wrath
14- Into the Storm
15- Lord of the Rings
16- And the Story Ends
Terceiro Ato
17- Wheel of Time
18- The Bard's Song - In the Forest
19- The Bard's Song - The Hobbit
20- Mirror Mirror
Obervações importantes:
- Saldo financeiro de todo empenho: BEM negativo!
- Saldo pessoal de todo empenho: muitas novas amizades feitas, amigos antigos reencontrados, amigos virtuais que agora conheço pessoalmente. E é isso que importa! ;)
Agradecimentos especiais:
- Primeiramente, Blind Guardian e sua equipe por nos suportarem durante 24 horas em suas sombras, literalmente;
- Todas as pessoas que estavam nessa data comigo ou que, de alguma forma, me ajudaram a fazer acontecer ou simplesmente me apoiaram ou não duvidaram do que faria;
- Toda a equipe do Hotel Crowne Plaza Curitiba que, mais uma vez, foram muito simpáticos e receptivos durante toda nossa estadia. Dentre eles Alessandra, Robson, Stefani, Danilo e outros que não me recordo os nomes;
- Ana Paula Aletto, Fabio Fistarol e Jéssica Casellas, pelas imagens
Agradecimentos “não especiais”:
- Todas as pessoas e empresas que fiz contato, com o intuito de organizar algo maior, e me trataram com desrespeito;
- Todas as pessoas e empresas que tentei contato várias vezes, oferecendo ajuda inclusive com divulgação, e não obtive resposta ou que só responderam o primeiro contato, antes de descobrirem que eu não tinha dinheiro;
- Empresas de telefonia que nos deixaram na mão nesse dia;
- Companhia aérea Ibéria.
Melhor parar por aqui! Nos vemos no futuro caros bardos!
By Vir, The One
And Then There Was Silence...